Mário de Miranda Quintana
Patrono - Cadeira: 73
Nasceu na cidade de Alegrete/RS, em 30 de julho de 1906 de
foi poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal,
mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar,
publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora
Globo e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas
simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela
perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida.
Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em
Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia
Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do
Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu
do jornal. Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de várias poesias, A
Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor
infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta
poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e
lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o
poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel
Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao
colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União
Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao completar 70
anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado
do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de
Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.
Mário Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário,
viveu grande parte da vida em hotéis: de 1968 a 1980, residiu no Hotel
Majestic, no centro histórico de Porto Alegre/RS, de onde foi
despejado quando o jornal Correio do Povo encerrou temporariamente
suas atividades por problemas financeiros, e Quintana, sem salário, deixou
de pagar o aluguel do quarto. Na ocasião, o comentarista esportivo e
ex-jogador da seleção Paulo Roberto Falcão cedeu a ele um dos quartos
do Hotel Royal, de sua propriedade. A uma amiga que achou pequeno o quarto,
Quintana disse: "Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja
pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas".
Essa mesma amiga, contratada para registrar em fotografia os
80 anos de idade de Quintana, conseguiu um apartamento no Porto Alegre
Residence, um apart-hotel no centro da cidade, onde o poeta viveu até sua
morte. Ao conhecer o espaço, ele se encantou: "Tem até cozinha!". Em
1982, o prédio do Hotel Majestic, que fora considerado um marco arquitetônico
de Porto Alegre, foi tombado. Em 1983, atendendo aos pedidos dos fãs gaúchos do
poeta, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o imóvel e
transformou-o em centro cultural, batizado como Casa de Cultura Mario
Quintana. O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob
orientação da sobrinha-neta Elena Quintana, que foi secretária dele em 1979 a
1994, quando ele faleceu. Segundo Mário, em entrevista dada a Edla
Van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento. Assim ele o usou
por toda a vida.