Lincoln Ávila Borges
Patrono - Cadeira: 83
Nascido em 9 de dezembro de 1930, no distrito de Conceição da
Barra de Minas, outrora Cassiterita, município de São João del Rei, Minas
Gerais, Lincoln Ávila Borges era filho único do casal: José de Alencar Borges e
Hormezinda Cândida de Jesus Borges. As reminiscências da infância mostravam-no
uma criança feliz, em contato com as cenas da vida rural na Fazenda Bom Jardim
e da exuberante natureza do Campo das Vertentes.
Em companhia dos pais, cresceu o
menino Lincoln sob a influência não só do profundo sentimento cristão que lhe
passara a mãe, como também o sentimento nacionalista que o fizera alistar-se
nas Forças Armadas, cumprindo o desejo do avô paterno, o Major Adílio José
Borges.
O filho abnegado, entretanto, traria
desapontamentos à família: negou-se a abraçar o sacerdócio, consoante o desejo
materno, bem como pediu baixa no destacamento do Exército em São João del Rei,
transferindo-se para a cidade de Oliveira a fim de concluir a Instrução
Elementar.
Em 1950, vai residir na capital
mineira, onde permanece até 1960, fazendo os preparatórios e cursando Direito,
na Universidade Federal de Minas Gerais. Graduado bacharel em 1956, começa a
advogar em Belo Horizonte; casando-se, no ano seguinte, com Maria Dalva de
Paiva Borges, com quem teve quatro filhos.
O pendor pela área criminal
manifestou-se já nos anos iniciais da faculdade, influenciado pelo amigo e
professor Lydio Machado Bandeira de Mello. Reconhecido nos anais da UFMG, Lincoln
tornou-se orador emérito em concursos consecutivos organizados pelo Centro
Acadêmico Afonso Pena, galardões auferidos pelas bancas do professor Noé de
Macedo e Ministro Nelson Hungria.
A frequência com que era constituído
na condição de advogado em casos complexos, rumorosos e importantes nas regiões
do Triângulo Mineiro e Sul de Goiás levou-o fixar residência em Ituiutaba,
cidade que amou profundamente como se fora a própria terra natal.
Ao longo de sua carreira jurídica,
notabilizou-se pelo grau de excelência tanto na técnica quanto no estilo de
suas perorações, perseguindo sempre a confluência entre a letra da Lei e a
beleza da palavra.
Ele se apropriava de várias
influências literárias e fazia delas verdadeira liturgia para as suas
sustentações. Mais do que convencer tribunais do júri, ouvi-lo encantava.
Foi um tribuno
memorável e é uma referência imortal da cultura de Ituiutaba e região. Faleceu em 8 de abril de 2001.