Afonso Henriques de Lima Barreto

Patrono - Cadeira: 2

Lima Barreto

OcupaçãoEscritor e Jornalista

Data do Nascimento: 13/05/1881

Data da Morte: 01/11/1922 (aos 41 anos)

 Lima Barreto (1881-1922) foi um escritor brasileiro, “o romancista da primeira república.” Foi um importante escritor do Pré-Modernismo - período histórico que precedeu a Semana de Arte Moderna.

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em Laranjeiras, Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881. Filho do tipógrafo Joaquim Henriques de Lima Barreto e da professora primária Amália Augusta, ambos mestiços e pobres, sofreu preconceito a vida toda.

Com sete anos ficou órfão de mãe. Por ser afilhado do Visconde de Ouro Preto fez o curso secundário no Colégio Pedro II. Ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro onde iniciou o curso de Engenharia.

Em 1903, quando cursava o terceiro ano, foi obrigado a abandonar o curso, pois seu pai havia enlouquecido e o sustento dos três irmãos agora era responsabilidade dele. Em 1904, presta concurso para escriturário do Ministério da Guerra, é aprovado e permanece na função até se aposentar.

Em 1905, ingressou no jornalismo com uma série de reportagens que escreveu para o Correio da Manhã. Em 1907 fundou a revista “Floreal”, que lança apenas quatro números.

Em 1909, Lima Barreto estreou na literatura com a publicação do romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. O texto acompanha a trajetória de um jovem mulato que vindo do interior sofre sérios preconceitos raciais.

A obra, em tom autobiográfico, é um brado de revolta contra o preconceito racial e uma implacável sátira ao jornalismo carioca. A crítica social paira em um plano psicológico: muitas vezes quem fala é o próprio autor e não seu personagem-narrador Isaías Caminha.

Lima Barreto com seu espírito inquieto e rebelde, com seu inconformismo com a mediocridade reinante e com a doença do pai, se entrega ao álcool. É levado a diversas crises, com verdadeiras manifestações de alienação mental.

Foi internado duas vezes com alucinações fantásticas que o perseguem. No momento de lucidez inicia a redação do livro "Cemitério dos Vivos", onde ele dizia: "O abismo abriu-se a meus pés e peço a Deus que jamais ele me trague, nem mesmo o veja diante dos meus olhos como vi por várias vezes.

De mim para mim, tenho certeza que não sou louco ..." Lima Barreto viveu apenas 41 anos.

Lima Barreto faleceu no Rio de Janeiro, no dia 01 de novembro de 1922.

Curiosidades

No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel ia assinar em praça pública a Lei Áurea. Entre as pessoas que comemoravam a abolição estava o menino mulato, Lima Barreto, que aniversariava naquele dia. Guiado pela mão do pai, via uma multidão de escravos que aguardavam a liberdade. Muitos anos mais tarde, essas recordações marcaram sua obra.

Ao se matricular na Escola Politécnica, Lima Barreto é interpelado por um veterano: “Onde já se viu um mulato com nome de rei de Portugal?”

Quando cursava a faculdade, Lima Barreto estudava pouco, preferia ler os filósofos e publicar artigos no jornal da faculdade, assinando com o pseudônimo de “Momento de Inércia”.