Tarsila do Amaral

Patrono - Cadeira: 97

Pintora e desenhista brasileira, nasceu na Fazenda São Bernardo, no município de Capivari, interior de São Paulo, no dia 1º de setembro de 1886. Filha de José Estanislau do Amaral Filho e Lydia Dias de Aguiar do Amaral, tradicional e rica família de São Paulo, neta de José Estanislau do Amaral, proprietário de diversas fazendas no interior paulista, apelidado de “milionário”.

Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas, nas quais Tarsila passou a infância e adolescência. Estudou em São Paulo em colégio de freiras e no Colégio Sion e completou seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pintou seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos.

Na sua volta ao Brasil casa-se com André Teixeira Pinto, com quem teve uma filha. Em 1916 Tarsila começa a estudar no ateliê de William Zadig, escultor sueco radicado em São Paulo, onde aprende a fazer modelagem em barro. Em 1920, separa-se de André Teixeira e vai para Paris, onde estuda na Academia Julian, escola de pintura e escultura. Estuda também com Émile Renard e em 1922, tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil.

Em 1923, Tarsila volta à Europa e mantém contato com os modernistas que lá se encontravam, intelectuais, pintores, músicos e poetas, entre eles Oswald de Andrade. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suíço que visitou o Brasil em 1924. Em 1925, estando em Paris, Oswald de Andrade lança o volume de poesias “Pau-Brasil”, com ilustrações de Tarsila.

Em 1926, a artista expõe em Paris, com grande sucesso, nesse mesmo ano, casa-se com Oswald de Andrade. Embora não tenha participado diretamente da “Semana de 22”, Tarsila se integra com os intelectuais modernistas, faz parte do “Grupo dos Cinco”, juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil, no Palace Hotel em São Paulo. Separa-se de Oswald de Andrade em 1930.

Tarsila do Amaral foi uma das artistas plásticas mais importantes da primeira fase do Modernismo, concretizando em sua obra todas as aspirações de vanguarda formuladas pelo grupo, sua obra atravessou três fases denominadas: “Pau-Brasil”, “Antropofágica” e “Social”. Entre 1934 e 1951, Tarsila manteve um relacionamento com o escritor Luís Martins. De 1936 a 1952, trabalhou como colunista nos Diários Associados onde ilustrava retratos de grandes personalidades. Em 1951 participou da I Bienal de São Paulo. Em 1963 teve uma sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte teve participação especial na XXXII Bienal de Veneza.

Em 1965, foi submetida a uma cirurgia na coluna, entretanto, devido a um erro médico ficou paralítica. Tarsila do Amaral faleceu em São Paulo, no dia 17 de janeiro de 1973.