Siomar Rodrigues de Sousa

Fundador - Cadeira: 3

Siomar Rodrigues de Sousa nasceu em 10 de setembro de 1940, na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil, filho de Sidney Rodrigues de Sousa (in memoriam) e Simene de Andrade e Sousa (in memoriam).

Cursou o ensino primário no Colégio Estadual de Uberlândia e o secundário no Colégio Brasil Central, no Triângulo Mineiro, concluindo os estudos em 1962 nas cidades de Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em 1963, viajou para La Paz, capital da Bolívia, para iniciar o curso de Engenharia na Universidade local, integrando a comitiva do ex-presidente brasileiro Juscelino Kubitschek de Oliveira, estadista reconhecido como o construtor de Brasília e um dos maiores chefes de Estado da América Latina.

Ao longo de sua vida acadêmica e profissional, construiu uma trajetória multifacetada. Trabalhou desde a infância — aos cinco anos já auxiliava nas atividades da fazenda — passando posteriormente por funções no comércio, bancos, companhias aéreas, transportadoras, emissoras de rádio, jornais, publicidade, empresas de máquinas de escritório, hotéis, casas de material de construção, entre outras áreas. Atuou como microempresário, empregado e servidor público.

No campo político, destacou-se como fundador do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em Uberlândia, em 1965, durante o regime militar do General Humberto Castelo Branco. Foi, à época, o candidato a deputado estadual mais jovem do Brasil, alcançando a suplência. Em 1986, candidatou-se a deputado federal, novamente ficando na suplência, e em 1989 concorreu à prefeitura de Uberlândia pelo Partido Democrata Cristão (PDC), do qual era presidente e líder. Também participou da fundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 1986 e do Partido Social Cristão (PSC) em 1988.

Em 1970, ocupou o cargo de Diretor da Associação Comercial do Distrito Federal, atuando na consolidação da nova capital e defendendo sua representação política no Congresso Nacional. Formou-se em História pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB) em 1972, dedicando-se a pesquisas históricas nas Américas do Norte, Central e do Sul, visitando países como México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Costa Rica, Panamá, Nicarágua, Venezuela, Bolívia, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. Iniciou ainda o curso de Direito na Universidade do Distrito Federal (UDF) em 1973.

Ao longo de sua carreira, ocupou diversas funções públicas e culturais: foi membro da COBAL (Ministério da Agricultura) em 1986; atuou no gabinete do prefeito Virgílio Galassi (Uberlândia) em 1990; presidiu o Partido Progressista Brasileiro (PPB) da 11ª Zonal no Distrito Federal em 2002, por nomeação do vice-governador Benedito Domingos; e foi membro do Conselho de Cultura do Distrito Federal (2000-2001), representando os escritores da capital.

Sua contribuição à cultura é vasta e reconhecida. Autor de 45 obras literárias — sendo um dos escritores mais editados no Brasil Central — publicou em 1965 seu primeiro livro, *10 Poetas no Brasil Central*, com tiragem de dois mil exemplares, e fundou naquele mesmo ano, em Uberlândia, a Academia de Letras do Brasil Central (ALBC), que contou com grandes nomes como Juscelino Kubitschek de Oliveira, Bernardo Élis Fleury Curado e Tancredo Neves. Fundou ainda a Academia de Letras de Uberlândia (1978) e, em 5 de agosto de 1996, a Academia de Letras, Artes e Música de Ituiutaba (ALAMI), entre outras entidades culturais.

Motivado pelo ideal integracionista de Simón Bolívar, criou em 2000 a Academia de Letras, Artes e Música da América do Sul (ALAMAS), com a proposta de promover a integração cultural e política dos países sul-americanos.

Foi pioneiro na produção cultural audiovisual no Brasil Central: em 1967, editou os primeiros sete discos de poemas da região; em 1998, produziu nove vídeos de poesia; e, em 2004, lançou nove DVDs — os primeiros no centro do Brasil.

Seu quinto livro, *Poesias em Uberlândia* (2009), lançado na Câmara Municipal da cidade, mesclou poesia e memória histórica. A obra apresenta 23 fotografias culturais de Ângelo Noghettini, o primeiro fotógrafo de Uberlândia, e 25 imagens pessoais, totalizando 345 páginas. Impressa em mil exemplares, teve 95% da tiragem distribuída gratuitamente à população e a diversas regiões do Brasil. A capa traz a Casa da Cultura, e nas páginas iniciais o autor homenageia cinquenta personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da cidade, como Alexandrino Garcia, Massau Costa, Luiz Alberto Garcia, Luiz Alexandre Garcia, Alair Martins, Dilson Pereira, Aldorando Dias de Souza, Sérgio Ribeiro Cunha e Tubal Siqueira.

Ao longo de sua trajetória, foi membro da Associação Nacional de Escritores (ANE), do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal e da Casa do Poeta do Brasil-DF. Também foi sócio correspondente da Academia de Letras, Artes e Música de Caldas Novas (GO) e representou os escritores mineiros e goianos em diversos fóruns culturais.

Demonstrando profundo comprometimento com a democratização da arte, doou os direitos autorais de toda sua produção artística à Prefeitura, formalizando o ato em cartório.

Siomar Rodrigues de Sousa faleceu em 11 de fevereiro de 2025, aos 84 anos, na cidade de Uberlândia/MG, de causas naturais, deixando um legado ímpar para a literatura, a história e a cultura brasileira. Na ALAMI ocupava a cadeira 03, ocupando na galeria dos presidentes sua imagem como fundador desta academia de letras, artes e música de Ituiutaba.